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Descrição

“Esta edição – melhor, reedição – resulta dum encontro fortuito de afinidades. O espaço foi o do Grande Auditório do Centro Cultural de Belém. O tempo, o dum recital transcendente de Ivo Pogorelich, comemorando os 150 anos da morte de Frédéric Chopin (1810-1849). Ouviu-se um par de polonaises, um trio de mazurkas e as grandes Sonatas N.º2 (a da Macha Fúnebre) e Nº3. Um grupo de melómanos discutia a propriedade das interpretações, se elas seriam ou não Chopin autêntico, ou se estariam para além do dito, anunciando Debussy, mesmo Berg ou Webern. Chopin é sempre dos nossos. Lembrei-me dos belos arabescos que lhe emolduram a figura no monumento do parque Lazienki em Varsóvia (da autoria de Waclaw Szymanovsky), e lembrei-me do mais belo texto que conheço sobre o compositor: o Chopin – Um Improviso em Forma de Diálogo, de João de Freitas Branco. É um livro curto – umas cinquenta páginas. Sim, curto como todos os livros importantes.(…)

Um diálogo, um livro, um belo objeto. Aqui está, comemorando e unindo no mesmo ramalhete, os 150 anos da morte de Chopin, os 175 da Valentim de Carvalho e os 10 anos sobre a morte de João de Feitas Branco. Silêncio, por favor: vamos ouvir Chopin e ler João de Freitas Branco.”

Jorge Calado

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